[vc_row][vc_column][ultimate_heading margin_design_tab_text=””]Muito se fala sobre o Transtorno do Especto do Autismo (TEA) na infância. Porém, ao longo dos anos temos observado um aumento de adultos e idosos com TEA.
Sabemos que as principais dificuldades das pessoas com TEA são no desenvolvimento padrão da linguagem, interação social, processos de comunicação e no comportamento social.
No caso dos autistas adultos que não foram diagnosticados na infância, mas que vivem muito próximo do que se considera “normal”, ou seja: trabalham, estudam, sempre conviveram em sala de aula regular e constituíram família, os sintomas mais prováveis são aqueles que marcam o autismo leve, isto é, o nível menos grave do espectro.
Pode ser muito difícil identificar os sintomas de autismo em adultos, mas alguns sinais podem ajudar a reconhecer o transtorno:
Interação
O autista tem dificuldade para compreender regras sociais subliminares, como por exemplo:
- Expressões faciais não óbvias são difíceis de serem percebidas, então parece que a pessoa “não se liga” quando outra faz um sinal não verbal (por exemplo: gesto, olhar, careta) com o objetivo de transmitir uma mensagem, chamar atenção ou adverti-la de algo;
- É comum que haja problemas para entender metáforas, ironias e piadas que tem duplo sentido ou uma mensagem “escondida”.
- Os autistas apresentam dificuldade para ter empatia com o outro, por isso geralmente não percebem sinais de tristeza, raiva, tédio e até de alegria, a menos que sejam bastante óbvias;
- A pessoa pode parecer ingênua, não ver maldade, “malandragem” ou malícia em situações que outras pessoas normalmente perceberiam com facilidade.
Socialização
Conectar-se com outras pessoas pode ser muito complicado. Do ponto de vista da socialização, os sintomas de autismo leve em adultos incluem:
- Pouca demonstração de afeto;
- Também há desconforto ou estranheza na hora de receber afeto, a pessoa pode se sentir incomodada com a proximidade, toque ou abraços de pessoas que não sejam muito íntimas.
- Geralmente os autistas não ficam à vontade com demonstrações de carinho, mesmo com aqueles de quem são próximas, podem evitar beijos, abraços ou toque;
- Tem dificuldade em falar sobre seus sentimentos e compreender ou prever os sentimentos dos outros;
- Não se envolve com interesses alheios e tem problemas para conseguir se colocar no lugar dos outros, seja em momentos de alegria ou de sofrimento;
- Da mesma forma, tem dificuldade em compreender coisas abstratas como por exemplo: sensações, intuições, ideologias, etc.;
- Parecem encarar a vida de forma muito prática e objetiva;
- Podem preferir falar de assuntos muito específicos, por muito tempo, e como tem dificuldade para perceber sinais sutis, muitas vezes não conseguem perceber quando as outras pessoas não estão mais interessadas no seu discurso;
- Utilizam linguagem direta e podem ser percebidas como “grossas” “estúpidas” ou inadequadas, simplesmente porque são extremamente honestas com seus pensamentos e não percebem que podem chatear o outro com a sua sinceridade;
- Podem usar linguagem muito formal e fora de contexto.
Funcionamento
- Trabalham melhor sozinhos do que em equipe;
- Geralmente não têm bom desempenho em entrevistas de emprego;
- Não costumam ter bom desempenho escolar ou na universidade especialmente por ter foco bastante restrito;
- Alguns autistas podem ter um desempenho acima do comum em determinadas atividades, e serem considerados extremamente talentosos em suas áreas de interesse. Mas ao contrário do que se possa imaginar, apenas uma parte pequena dos autistas (cerca de 10%) está deste lado do espectro;
- Apresentam muita resistência a fazer as coisas fora do planejado e sair da rotina, ficando ansiosos e irritados com a situação;
- Hiperfoco em ferramentas, instrumentos, mecanismos tecnológicos e coisas materiais.
Sensibilidade
- Sofre mais com barulhos incômodos e ambientes agitados;
- Pode ter dificuldade em usar roupas de tecido não tão confortável;
- Restrições alimentares: por exemplo, não gostar de comida com textura, cheiro ou gosto diferente do que está acostumada;
- Também são frequentes outras alterações sensoriais, como muita sensibilidade a luz e ao toque.
O envelhecimento é heterogêneo e multifacetado. Estamos diante de um aumento da expectativa de vida humana, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2012), estima-se que em 2025 a população brasileira terá aproximadamente 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais.
Tendo em vista o aumento da expectativa de vida e as características do TEA em termos de sintomatologia e história, entende-se que há muitos adultos e idosos dentro do espectro, que nasceram quando os diagnósticos eram pouco precisos e que, provavelmente, não receberam tratamentos apropriados.
O diagnóstico formal tardio de TEA é um dos maiores desafios para o clínico, a começar pela a obtenção de dados sobre o desenvolvimento nos primeiros anos de vida, visto que muitas vezes a família já não está disponível.
O processo de envelhecer no TEA é pouco falado, mas levanta uma série de questões a respeito dessa população, visto que idosos com TEA apresentam algumas características que precisam de atenção e serviços especializados.
Pensando na conscientização e na busca de políticas públicas, será que idosos com TEA estão sendo assistidos? É importante que como sociedade, reconheçamos as demandas destas pessoas, para que haja o desenvolvimento e planejamento de serviços para a inserção social, acompanhamento de saúde adequado, diminuição do isolamento e melhora da qualidade de vida.
Fonte:
Autismo em Adultos. Disponível em: https://www.autismoemdia.com.br/blog/sintomas-de-autismo-em-adultos-quais-os-desafios-e-como-lidar/ .Acesso 06/04/2021.
Envelhecimento e Autismo. Disponível em: @andresalemepsico . Acesso em 05/04/2021.[/ultimate_heading][/vc_column][/vc_row]